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  • Foto do escritorMiriam Olivia

RESENHA DO LIVRO: Arséne lupin - o ladrão de casaca


É uma obra escrita por Maurice Leblanc. Hoje escrevo a resenha desse livro maravilhoso! Organizei a resenha nos seguintes pontos: 1. Forma de escrita e organização dos capítulos; 2. Personagens; 3. História; 4. Minha avaliação; 5. Pesquisas científicas relacionadas a obra


1. Forma de escrita e organização dos capítulos: O livro é composto de 9 capítulos, escrito de forma quase independentes, como se fosse uma série. Essa impressão não é à toa, o personagem e diversas de suas histórias foram feitas por encomenda para a revista francesa Je sais tout do ano de 1905 a 1907 e, posteriormente virou o livro compilado em 1907. Assim, como uma tirinha de jornal, a cada revista uma nova história era publicada. Apesar disso, as histórias fecham o mesmo ciclo dentro dessa obra.

Situações narradas no primeiro capítulo tem seu desfecho no último. Além disso, não há muito aprofundamento dos personagens e do contexto, por isso, a leitura do texto se torna bem fluída e repleta de diálogos. Não senti falta de longas contextualizações a lá Umberto Eco. O personagem desenvolve suas características no decorrer de cada capítulo. A leitura prende, encanta e nos surpreende. Sensacional!

2. Personagens: Como disse, os personagens não são muito aprofundados. Arséne lupin é descrito como um homem de casaca, cartola e monóculos. No primeiro capítulo há descrição dele como loiro, mas isso não torna uma marca importante do personagem, por isso, a adaptação da Netflix capta a sua característica de invisibilidade. Arséne lupin, como um anti-herói ainda assim apresenta princípios, e eu acredito que esse seja um ponto que nos encanta com o personagem. Ele não é apenas um ladrão.

Os demais personagens que aparecem na trama, não possuem um destaque muito relevante. Exceto Herlock Shomes! É isso mesmo. Arséne lupin lembra muito de Sherlock na versão ladrão e isso não é uma impressão minha. Várias pessoas apontam essa aproximação, a própria encomenda da obra foi para algo nesse sentido e, o próprio autor cria o Herlock Shomes, como uma referência super direta a Sherlock Holmes. A rixa com o personagem de Doyle ganha dimensões perigosas, pois Maurice dá a entender que Lupin venceria Sherlock Holmes!

3. História: são ao todo nove histórias que nos convidam a adivinhar como Lupin irá realizar os seus furtos ou, ainda como irá escapar das armadilhas e até da prisão! Cada capítulo é uma nova descoberta que... eu não consegui adivinhar nenhum desfecho! Todos foram surpreendentes. Assim, não vejo muito bem como abordar a história sem basicamente contar todos os desfechos, então, achei melhor não.

4. Minha avaliação: excelente, 5 estrelas. Um livro que nos prende, surpreende e de leitura bem fácil.

5. Pesquisas científicas relacionadas a obra: decidi tratar sobre esse ponto, vez que é uma forma de vermos como a literatura rompa as suas próprias páginas.

Das pesquisas em português não consegui encontrar muitos resultados, o que encontrei eram citações dentro de pesquisas científicas sobre formas de narrativa. Agora, em inglês e (por óbvio) em francês encontrei muitos resultados interessantes!

Destaco este: "Fiction and Colonial Identities: Arsène Lupin in Arabic" de Samah Selim que aborda a obra no contexto da sua tradução para o árabe e as possíveis discussões sobre os contextos sociais e literários em que a tradução foi produzida, a construção dos indivíduos e os heróis da sociedade.


SELIM, Samah. Fiction and Colonial Identities: Arsène Lupin in Arabic. Middle Eastern Literatures. Volume 13, 2010 - Issue 2: Arabic Literature in Egypt at the Beginning of the 20th Century in Search of New Aesthetics: Al-Muwaylihi and Contemporaries. P. 191-210.


Miriam Olivia Knopik Ferraz




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